Defesa de teses faz-se à distância

Estudantes realizam provas públicas através de meios digitais

A defesa de dissertações de mestrado, relatórios de estágio e trabalhos de projeto passou a fazer-se à distância, devido ao contexto da pandemia por COVID-19, que obrigou a distanciamento social e à suspensão da maior parte das atividades presenciais.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) divulgou uma nota de esclarecimento para todas as instituições de ensino superior (IES), para clarificar o funcionamento de órgãos colegiais e a realização de provas públicas por vídeo conferência e utilização de meios eletrónicos.

Na sequência da publicação da Lei n.º 1-A/2020, de 19 de março, foi estipulado pelo Artigo 5º – Órgãos colegiais e prestação de provas públicas que “a participação por meios telemáticos, designadamente vídeo ou teleconferência de membros de órgãos colegiais de entidades públicas ou privadas nas respetivas reuniões, não obsta ao regular funcionamento do órgão, designadamente no que respeita a quórum e a deliberações, devendo, contudo, ficar registado na respetiva ata a forma de participação”. O documento refere ainda que “a prestação de provas públicas previstas em regimes gerais ou especiais pode ser realizada por videoconferência, desde que haja acordo entre o júri e o respetivo candidato e as condições técnicas para o efeito”.

Entre 13 de março e 12 de maio, entre dissertações, trabalho final de estágio, projeto, educação clínica e prática educativa, registam-se 44 defesas/apresentações em todas as unidades orgânicas de ensino do Politécnico de Coimbra (3 na ESAC, 5 na ESEC, 33 no ISEC, 3 na ESTeSC).

ESTUDANTES E DOCENTES AJUSTAM-SE AOS MEIOS DIGITAIS

No ISCAC, o estudante Fábio Martins realizou, através de videoconferência, no dia 23 de abril, a Prova Pública do Mestrado de Gestão Empresarial, que defendeu o projeto “Balanced Scorecard: aplicação prática na empresa Fapricela, S. A.”, perante o júri presidido pelo docente da escola Gabriel Silva, a arguente Susana Rodrigues do Politécnico de Leiria e o orientador João Paulo Marques, igualmente docente da Coimbra Business School|ISCAC. Na opinião do presidente do júri, esta é uma realidade que está a mudar e que “primeiro estranha-se…”, mas facilmente se percebe que a “rede de apoio” que se encontra por detrás desta “máquina”, tem tudo preparado para que nada corra mal. Gabriel Silva acredita ainda que “os desafios são para se enfrentarem e se ganharem” e que estas ferramentas “são funcionais e adequadas para a situação que vivemos, e do ponto de vista formal respondem a todas as exigências, não substituindo, porém, as defesas presenciais em que a interação e as emoções são mais percetíveis e até importantes para a importância do momento”.

Já Luís Roseiro, presidente do Conselho Pedagógico do ISEC, conta que o Instituto adaptou a forma como decorrem as provas de mestrado e, após o cancelamento das atividades letivas presenciais, foram defendidos cerca de 12 trabalhos através da plataforma Zoom. “Apesar deste recurso evidenciar alguma perca de espontaneidade, limitar a interação entre júri e candidato, e dificultar a demonstração dos desenvolvimentos de caráter experimental, a sua receção pelo júri e candidatos tem sido total. A avaliação feita pelos responsáveis é bastante positiva, e as alterações aos procedimentos tem sido fácil de implementar”, reconhece. Matheus Daniel da Silveira fez a defesa da dissertação do Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial com o tema “Análise de Processo Industrial no Ramo de Impressões Serigráficas e Digitais: Repositório de Especificações” e admite que “a defesa via videoconferência foi algo singular, mas que acredito ter adicionado ainda mais valor à minha dissertação”. “Fui tratado com extremo profissionalismo, julgado de maneira coerente, e com a vantagem de poder ter sido assistido por pessoas de todo mundo, como por exemplo meus parentes no Brasil. Me preparei para a defesa da mesma forma como teria me preparado para uma defesa presencial, pois os critérios de avaliação foram exatamente os mesmos. Avalio a experiência de forma positiva, adicionando mais uma maneira de vencermos barreiras e adquirirmos conhecimento”, explica.

Já na ESEC, a vice-presidente Sofia Silva refere que as provas em que participou, na qualidade de presidente de Júri de provas públicas do Mestrado em Gerontologia Social, decorreram com normalidade, contando sempre com a presença de público. Considera que as plataformas online que permi tem o agendamento de reuniões, aulas ou sessões com recurso a videoconferência revelam-se “uma mais-valia” em situações como a de confinamento social ou de distanciamento geográfico enquanto ferramentas facilitadoras na gestão destes processos académicos. As eventuais dificuldades que se colocam advêm de condições técnicas, conclui.

Denise Cunha defendeu a tese de Mestrado em Gerontologia Social no dia 28 de abril com o tema “Nunca é tarde para aprender” – O Impacto do Projeto Letras Prá Vida no quotidiano dos seus participantes, e “correu melhor do que estava à espera”. “Sempre pensei que pudesse de alguma forma sair prejudicada, uma vez que numa videoconferência podem escapar pequenos pormenores que numa defesa presencial poderiam não escapar. Contudo, não me senti nada prejudicada, até me senti de alguma forma com uma maior vantagem, uma vez que estava no meu ambiente, tinha todos os meus apontamentos comigo e estava “protegida” pelo écran do meu portátil”, refere. O facto de estar em casa foi benéfico em termos de gestão da ansiedade, sendo a única referência negativa a ausência de família e amigos.

Testemunhos

Gabriel Silva
Docente
CBS/ISCAC

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Gabriel Silva, docente da CBS/ISCAC, foi presidente de júri na prova pública através de videoconferência da dissertação “Balanced Scorecard: aplicação prática na empresa Fapricela, S. A.”.

Na opinião do docente, esta é uma realidade que está a mudar e que “primeiro estranha-se…”, mas facilmente se percebe que a “rede de apoio” que se encontra por detrás desta “máquina”, tem tudo preparado para que nada corra mal. Gabriel Silva, acredita ainda que “os desafios são para se enfrentarem e se ganharem” e que estas ferramentas são funcionais e adequadas para a situação que vivemos, e do ponto de vista formal respondem a todas as exigências, não substituindo, porém, as defesas presenciais em que a interação e as emoções são mais percetíveis e até importantes para a importância do momento.

 

Luís Roseiro
Presidente do Conselho Pedagógico
ISEC

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O ISEC adaptou a forma como decorrem as provas de mestrado e após o cancelamento das atividades letivas presenciais foram defendidos cerca de doze trabalhos através da plataforma Zoom. Apesar deste recurso evidenciar alguma perca de espontaneidade, limitar a interação entre júri e candidato, e dificultar a demonstração dos desenvolvimentos de caráter experimental, a sua receção pelo júri e candidatos tem sido total.

A avaliação feita pelos responsáveis é bastante positiva, e as alterações aos procedimentos tem sido fácil de implementar. A divulgação das provas e a gestão da assinatura dos consentimentos e das atas são alguns dos aspetos em fase de melhoria.

Matheus Daniel da Silveira
Aluno
ISEC

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Defesa pública de Dissertação do Mestrado em Engenharia e Gestão Industrial

Tema: Análise de Processo Industrial no Ramo de Impressões Serigráficas e Digitais: Repositório de Especificações

Em situações adversas, temos que nos adaptar. Meus professores do ISEC sempre estiveram dispostos a me orientar, e durante a quarentena não foi diferente. A defesa via videoconferência foi algo singular, mas que acredito ter adicionado ainda mais valor a minha dissertação. Fui tratado com extremo profissionalismo, julgado de maneira coerente, e com a vantagem de poder ter sido assistido por pessoas de todo mundo, como por exemplo meus parentes no Brasil. Me preparei para a defesa da mesma forma como teria me preparado para uma defesa presencial, pois os critérios de avaliação foram exatamente os mesmos.

Avalio a experiência de forma positiva, adicionando mais uma maneira de vencermos barreiras e adquirirmos conhecimento.

Sofia Silva
Vice-presidente
ESEC

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As defesas de tese em que participei, na qualidade de Presidente de Júri de provas públicas do Mestrado em Gerontologia Social, decorreram com normalidade, seguindo os procedimentos e tramitações habituais que caracterizam as provas públicas presenciais. Contaram sempre com a presença de público, dado que a morada eletrónica da sessão foi publicitada no site institucional, junto com o anúncio público de realização das provas.

As plataformas online que permitem o agendamento de reuniões, aulas ou sessões com recurso a vídeo-chamada revelam-se uma mais valia em situações como a de confinamento social que estamos a atravessar ou em situações de distanciamento geográfico ao constituírem-se em ferramentas facilitadoras na gestão destes processos académicos.

As eventuais dificuldades advêm de condições técnicas, como a qualidade ou força do sinal da rede de internet, que poderão dificultar a qualidade da comunicação, muito embora não tenha experienciado essas dificuldades na maioria das provas realizadas. Numa delas, as pequeníssimas falhas que ocorreram mal se fizeram notar e nunca comprometeram a realização da sessão.

Denise Cunha
Aluna
ESEC

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Defesa da tese de Mestrado em Gerontologia Social no dia 28 de abril

Título: “Nunca é tarde para aprender” – O Impacto do Projeto Letras Prá Vida no quotidiano dos seus participantes

1 – a defesa da minha tese correu melhor do que eu estava à espera. Sempre pensei que pudesse de alguma forma sair prejudicada, uma vez que numa videoconferência podem escapar pequenos pormenores que numa defesa presencial poderiam não escapar. Contudo, não me senti nada prejudicada, até me senti de alguma forma com uma maior vantagem, uma vez que estava no meu ambiente, tinha todos os meus apontamentos comigo e estava “protegida” pelo écran do meu portátil.

2 – o aspeto mais positivo, foi o facto de estar em minha casa, no meu ambiente. Baixou em muito os níveis de nervosismo e ansiedade. E também me ajudou no facto de poder ter comigo todos os apontamentos necessários.

3 – o aspeto mais negativo foi o facto de não puder ter a minha família e amigos comigo. É certo que todos puderam assistir, mas é diferente…quando terminei estava sozinha e o que mais me apetecia era festejar com todos.