Politécnico forma técnicos superiores e estudantes em Urbanismo e Saúde
O Politécnico de Coimbra integra o projeto europeu URB-HealthS: Multidisciplinary expert panels improving URBan HEALTH trainingS for technicians and trainers, financiado pelo programa EIT-Health da União Europeia, que tem como objetivo implementar localmente cursos piloto de formação em urbanismo e saúde. Estes têm lugar em Alcorcón (Espanha), Coimbra (Portugal) e Newcastle-upon-Tyne (Reino Unido).
Pretende-se abordar o impacto do ambiente edificado na saúde, e especialmente nas populações mais vulneráveis, como os idosos, através de políticas ativas e programas multissetoriais que promovam comunidades e cidades mais saudáveis. Este consórcio propõe-se criar um painel de especialistas para organizar grupos de trabalho de especialistas multidisciplinares, gerar material de capacitação sobre normas, técnicas, estratégias e experiências relacionadas com a saúde urbana, útil para funcionários do governo local de diferentes áreas, validado em sessões de formação para técnicos municipais e profissionais, e / ou para futuros formadores.
Liderado pela Universidad Politécnica de Madrid (UPM), são parceiros do projeto o Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), a Universidade de Coimbra (UC), a Newcastle University (NCL), a Fundación para la Investigación e Innovación Biomédica de Atención Primaria de la Comunidad de Madrid (FIIBAP) e a Arup Grupo Limited (Arup). Integram a equipa os investigadores do Politécnico de Coimbra Carlos Veiga (ESTGOH) e Ana Ferreira, Susana Paixão e João Almeida (ESTeSC).
A organização do curso em Portugal é da responsabilidade do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Coimbra (CEGOT-UC). Assim, as duas entidades promoveram o Curso Breve em Saúde Urbana, focado no tema “Envelhecimento ativo e saudável nas cidades através da transformação do ambiente construído”, nos passados dias 29 de setembro e 6 de outubro, no Convento São Francisco, em Coimbra.
Segundo Ana Ferreira, vice-presidente do Politécnico de Coimbra, “este projeto insere-se na estratégia que pretendemos para o IPC, que é cada vez mais fortalecer a ligação à comunidade”. De acordo com a responsável, os técnicos municipais são agentes integrados em equipas multidisciplinares, nas diversas Autarquias, e que têm que tomar decisões estratégicas relacionadas com o ambiente edificado. É, pois, importante dar-lhes competências e conhecimentos no que respeita ao impacto que esse ambiente edificado terá na saúde das populações, nomeadamente nos mais vulneráveis. “Com este projeto vimos colmatar algumas lacunas que existem a este nível, pretendendo-se que, após este curso, sejam estes técnicos a levar a informação aos restantes elementos das equipas nas Autarquias, de forma a termos cada vez mais cidades, ambientalmente mais saudáveis”, explica.
O curso teve como destinatários técnicos superiores da Administração Local e estudantes de Mestrado ou Doutoramento em diversas áreas disciplinares relacionadas com o tema do curso. Este teve como objetivo abordar e debater a saúde urbana do ponto de vista dos determinantes urbanos ambientais e das políticas públicas de âmbito local. O curso consistiu na apresentação de boas práticas, de casos de estudo e soluções inovadoras no domínio do planeamento urbano saudável. E desta forma, e em linha com os cursos realizados em Newcastle e em Madrid, contribuir para o desenvolvimento de intervenções e ações destinadas à promoção do envelhecimento saudável e ativo nas cidades.
Com uma componente teórico-prática, o curso integrou sessões expositivas, apoiadas em exemplos e discussão de temáticas, e uma abordagem de trabalho de campo numa área da cidade de Coimbra em transformação urbana e na apresentação dos resultados da observação das equipas.
Segundo o investigador Carlos Veiga, o curso pode ser entendido como um “projeto-piloto” que se poderá alargar a outras atividades no âmbito da saúde urbana, abrindo dessa forma a possibilidade de “integrar a formação e a realização de eventos para profissionais que constituem uma outra vertente da transferência de conhecimento para a comunidade”.
In Jornal do IPC n.º 9