Conhecimentos de Base Recomendados
Resistência de Materiais, Teoria das Estruturas e Betão Armado.
Métodos de Ensino
Nas Aulas Teórico-Práticas usa-se o método expositivo e fomenta-se a reflexão sobre assuntos introduzidos numa perspectiva dos critérios largamente aceites em conservação. São também realizadas pelo docente resoluções de problemas práticos de verificação das condições de estabilidade estrutural de elementos madeira e alvenaria e reforço de elementos de betão. Nas Aulas Tutoriais é feito o acompanhamento com esclarecimento aos alunos na resolução, individual ou em grupo, de problemas práticos da disciplina.
Resultados de Aprendizagem
Objectivos: Reabilitação de edifícios antigos e reforço de elementos estruturais de edifícios. Competências Genéricas: Aplicação de conhecimentos e compreensão; dimensionamento; julgamento e tomada de decisão; auto-aprendizagem. Competências Específicas: Adquirir conhecimentos e capacidade de compreensão no domínio da reabilitação dos sistemas estruturais de edifícios antigos, da avaliação da sua segurança, bem como das metodologias de dimensionamento de reforço de elementos estruturais em betão armado; competências para projecto, fiscalização e condução de obras.
Programa
1. Conceitos Fundamentais.
1.1. Conservação.
1.2. Reabilitação.
1.3. Restauro.
1.4. Manutenção.
2. Cartas e Convenções.
2.1. Carta de Atenas.
2.2. Carta de Veneza.
2.3. Convenção de Granada.
2.4. Documento de Nara sobre a Autenticidade.
2.5. Recomendações do ICOMOS para a análise, Conservação e Restauro Estrutural do Património Arquitectónico.
3. Critérios técnicos e objectivos para a reabilitação de edifícios habitacionais.
3.1. Exigências de qualidade nas intervenções.
3.1.1. Exigências de autenticidade.
3.1.2. Exigências de durabilidade.
3.1.3. Exigências de compatibilidade.
3.1.4. Exigências de economia.
3.2. Importância da reversibilidade das intervenções.
3.3. Níveis de reabilitação.
3.4. A perspectiva pluridisciplinar das intervenções.
3.5. Intervenções “duras” – o que evitar – exemplos.
4. Análise da realidade nacional em termos da reabilitação de edifícios.
4.1. Os dados.
4.2. Reabilitar versus construir novo.
4.3. Projeto RcR – Reabilitar como Regra.
4.3.1. O novo regime jurídico para a reabilitação de imóveis e fracções habitacionais.
4.3.1.1. O Decreto-Lei Nº95/2019.
4.3.1.2. O Despacho Normativo Nº21/2019 do Gabinete do Secretário de Estado das Infraestruturas.
4.3.1.3. A Portaria Nº302/2019 de 12 de setembro.
5. Sistemas construtivos em edifícios antigos.
5.1. Paredes resistentes em alvenaria
5.2. Pavimentos com estrutura em madeira.
5.3. Coberturas com estrutura em madeira.
6. Alvenaria.
6.1. Arcos e arcos de descarga.
6.1.1. Análise e dimensionamento de arcos de descarga.
6.2. Fundações para paredes de alvenaria.
6.3. Paredes de edifícios antigos.
6.4. Paredes de cantaria e enxilharia.
6.5. Paredes de alvenaria de pedra.
6.6. Paredes de alvenaria de tijolo e de blocos.
6.7. Paredes de taipa e adobe.
6.8. Caracterização das propriedades mecânicas das alvenarias antigas.
6.9. Resistência das paredes de alvenaria em termos de acções verticais.
6.10. Resistência das paredes de alvenaria em termos de acções horizontais no plano.
6.10.1. Mecanismo de Rotura por flexão-compressão.
6.10.2. Mecanismo de Rotura por corte-deslizamento.
6.10.3. Mecanismo de Rotura por corte-tracção diagonal.
6.11. Resistência das paredes de alvenaria em termos de acções horizontais perpendiculares ao seu plano.
6.12. Vulnerabilidade de paredes de alvenaria ao sismo.
6.12.1. A Escala Macro Sísmica Europeia.
6.13. Representações da acção sísmica de acordo como EC8-1.
6.13.1. Espectros de resposta em formato ADRS.
6.14. A avaliação de estruturas de alvenaria de acordo com o EC8-Parte 3.
6.15. Análise em resistência.
6.16. Análise em deslocamento – pushover.
6.17.1. Introdução à Análise Estática Não-Linear.
6.17.2. Curvas de Capacidade.
6.17.3. O Método do Espectro de Capacidade aplicado a estruturas regulares com 1 grau de liberdade.
6.18. Avaliação de desempenho sob acção sísmica.
6.19. Métodos simplificados de avaliação de estruturas de alvenaria.
6.19.1. Método da percentagem da área em planta.
6.19.2. Método da razão da área efectiva e do peso.
6.20. Métodos expeditos para avaliação sísmica de edifícios existentes em alvenaria.
6.20.1. Método I para edifícios com pavimentos rígidos.
6.20.2. Método II para edifícios com pavimentos rígidos.
6.20.3. Método I para edifícios com pavimentos flexíveis.
6.20.4. Método II para edifícios com pavimentos flexíveis.
6.21. Relatórios de Vulnerabilidade Sísmica de Edifícios Existentes (Portaria Nº302/2019).
6.22. Aplicação dos vários métodos de análise.
7. Madeira.
7.1. A madeira de pinho bravo para estruturas. Classificação LNEC.
7.2. Características mecânicas principais.
7.3. Noções de dimensionamento de elementos em madeira.
7.4. Lei de Hagen-Hankinson-Kollmann.
7.5. Principais tipos de ligações em elementos estruturais de madeira.
7.5.1. Apoios sobre alvenaria.
7.5.2. A ensambladura simples. Seu dimensionamento.
7.6. Pavimentos com estrutura e revestimento de madeira.
7.6.1. Enquadramento do dimensionamento de estruturas de madeira pelo EC5
7.6.2. Dimensionamento de pavimentos: resistência, deformação e vibração.
7.6.3. Pavimentos com estrutura em elementos metálicos.
7.7. A cobertura com estrutura em madeira.
7.7.1. Organização dos vários elementos da estrutura da cobertura.
8. Reparação de anomalias estruturais.
8.1. Reforço de estruturas.
8.1.1. Conceitos básicos de reforço de estruturas.
8.1.2. O teorema estático da teoria da plasticidade em reforço de estruturas.
8.1.3. Reforço de estruturas de betão armado.
8.1.3.1. Reforços por aumento de secção.
8.1.3.2. Reforços por adição de elementos metálicos.
8.1.3.3. Reforço com CRFP.
8.1.3.4. Reforço por pré-esforço exterior.
Docente(s) responsável(eis)
Estágio(s)
NAO
Bibliografia
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