Webinar sobre impacto da Inteligência Artificial na Segurança e Saúde no Trabalho
O Serviço de Saúde Ocupacional e Ambiental (sSOA) do Politécnico de Coimbra (IPC) promoveu, no passado dia 20 de maio de 2025, o Webinar “Do Humano ao Digital: O Impacto da Inteligência Artificial na Segurança e Saúde no Trabalho”. A iniciativa decorreu no âmbito da celebração do Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho, assinalado a 28 de abril, e reuniu especialistas de diversas áreas para refletir sobre os desafios e oportunidades trazidos pela transformação digital no contexto laboral.
A sessão teve início com as boas-vindas de Jorge Conde, presidente do Politécnico de Coimbra, e incluiu preleções de Sónia Gonçalves, membro da Direção da Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas, Emília Telo, C«coordenadora do Ponto Focal Nacional da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, Ana Paula Rosa, gestora de Programas da Organização Internacional do Trabalho – Lisboa e Lúcia Simões Costa, pró-presidente do Politécnico de Coimbra.
Durante o webinar, as várias oradoras analisaram a forma como a digitalização irá impactar cada vez mais a vida do trabalhador moderno.
Foi destacado que as inovações tecnológicas estão a reconfigurar o trabalho, os locais de trabalho e a forma como se trabalha, estando em cima da mesa uma transformação dos empregos e não a sua substituição. Há tarefas que as ferramentas robóticas podem executar com segurança, tarefas consideradas perigosas para os humanos, como trabalhos em ambientes contaminados, recolha e embalagem de materiais perigosos ou o manuseamento e elevação de objetos pesados, reduzindo assim os riscos para os trabalhadores.
O potencial das tecnologias inteligentes na prevenção de riscos e na melhoria da eficiência em saúde e segurança no trabalho, através da deteção de perigos, análise preditiva e automatização de tarefas perigosas foi outras das temáticas abordadas. As oradoras foram alertando, ao longo do evento, para os riscos associados à digitalização e inteligência artificial como falhas operacionais, dependência excessiva, desconforto, fadiga, stresse e perda de autonomia.
Por outro lado, foi destacado que já antes da inteligência artificial, com a crescente utilização de tecnologia na população muito jovem, se podia observar uma decadência na cimentação de competências humanas como a empatia e a capacidade de conexão interpessoal. As oradoras indicaram que é preciso que a sociedade decida se gosta do caminho que está a tomar, ou se pretende reforçar estas competências de outro modo.
No debate final, moderado por Sílvia Seco e António Loureiro, do Serviço de Saúde Ocupacional do IPC, os participantes refletiram sobre a necessidade de intervenção das Instituições de Ensino Superior na preparação dos futuros profissionais para os desafios apresentados pelas novas tecnologias. Realçou-se a importância de utilizar a tecnologia e a inteligência artificial como uma ferramenta de apoio em vez de como substituto do trabalho humano, e sublinhou-se o papel crucial da informação e formação contínua como modo de redução do receio associado a esta e a todas as evoluções tecnológicas.
Ana Ferreira, vice-presidente do IPC, encerrou o webinar destacando que “A digitalização é um assunto que está na ordem do dia, e tem potencial para ser uma ferramenta facilitadora. No entanto, tem-se revelado uma intensificadora da burocratização de tarefas, assoberbando o trabalhador com plataformas em vez de simplificar o seu dia-a-dia. É necessário garantir que o progresso tecnológico seja acompanhado por estratégias de humanização e proteção do trabalhador”.
O evento foi gratuito e aberto a toda a comunidade, contando com mais de 200 participantes.
21.05.2025