Politécnico de Coimbra prepara o futuro
Avaliação da oferta formativa e inovação curricular em curso até 2021
A oferta formativa do Politécnico de Coimbra (IPC) está a ser alvo de uma avaliação interna profunda. Pretende-se fazer, num primeiro momento, a avaliação da oferta formativa e, num segundo momento, iniciar a inovação curricular. A avaliação abrange CTESP, 1.º e 2.º ciclos, sendo que numa primeira fase o foco serão os mestrados e as licenciaturas.
A tutela desta “missão” está a cargo da Pró-Presidente Lúcia Simões Costa, que justifica a necessidade desta avaliação com o número de alunos, a evolução demográfica, as novas realidades da sociedade, do ensino e do mercado de trabalho. “Os números e oferta de cursos e licenciaturas que temos, em algumas escolas, revelam alguns problemas na tendência nos últimos anos”. Nos últimos dois anos, o número de alunos no Politécnico de Coimbra não tem diminuído, mas os aumentos também não são significativos. “Embora ministrando Cursos Técnicos Superiores Profissionais e Cursos de Mestrado que nos trazem mais alunos, estamos estabilizados em termos genéricos entre os 10 e os 11 mil alunos anualmente”, refere. Segundo a responsável, o objetivo deste trabalho é fundamentalmente fazer uma análise e perceber de onde é que os problemas podem estar a surgir, quais os cursos mais frágeis e os mais fortes. “O objetivo aqui não é olhar para a formação e dizer que agora queremos outra coisa. O objetivo é perceber o que está a funcionar e aquilo em que não precisamos mexer, ou eventualmente fazer ajustes num patamar seguinte através da inovação curricular. Analisar os constrangimentos que os alunos demonstram relativamente às disciplinas e a necessidade de introduzirmos outro tipo de matérias que deem resposta às competências que hoje em dia o mercado de trabalho vai exigindo. Todos nós sabemos que as chamadas soft skills são cada vez mais importantes e, portanto, esse é um segundo passo a realizar. Neste primeiro trabalho, temos que perceber o que é que está bem e o que está menos bem. Se identificarmos fatores mais frágeis, isso é algo que vai ter de ser melhorado, obviamente com as escolas e com os diversos órgãos”, afirma. No caso das licenciaturas, os objetivos da avaliação são perceber em cada Unidade Orgânica de Ensino (UOE) quais as licenciaturas a manter, se se criam novas licenciaturas e/ou se alteram licenciaturas existentes. Para além disso, decidir se a denominação e objetivos das licenciaturas atuais são adequados e coerentes e determinar se há licenciaturas que podem ser partilhadas entre UOE.
Pró-presidente Lúcia Simões Costa tem vindo a reunir com os representantes dos órgãos das escolas
No caso das licenciaturas, os objetivos da avaliação são perceber em cada Unidade Orgânica de Ensino (UOE) quais as licenciaturas a manter, se se criam novas licenciaturas e/ou se alteram licenciaturas existentes. Para além disso, decidir se a denominação e objetivos das licenciaturas atuais são adequados e coerentes e determinar se há licenciaturas que podem ser partilhadas entre UOE.
No caso dos mestrados, é necessário perceber quais os mestrados existentes que se devem manter e os que devem ser alterados, se a denominação e objetivos dos mestrados atuais são adequados e coerentes e se estão na UOE mais apropriada. Também, perceber a possibilidade de parcerias para a lecionação de mestrados entre as UOE do Politécnico de Coimbra, e propor a criação de novos mestrados em áreas inovadoras, de futuro e com ligação ao tecido empresarial.
AUSCULTAR OS ÓRGÃOS DAS ESCOLAS
Segundo Lúcia Simões Costa, até ao momento foi feito o elenco da oferta formativa de todas as unidades orgânicas de ensino do IPC com recolha de dados estatísticos relativos aos anos de 2013 a 2019, nomeadamente: candidatos, colocados, vagas e inscritos. Foram ainda recolhidos dados relativos a sexo, opção, notas de candidatura distrito de origem dos candidatos e colocados nas diferentes UOE, bem como taxas de aprovação e de abandono escolar.
Será posteriormente realizada a comparação com o que existe em outros estabelecimentos de ensino superior nacionais e internacionais. O que se segue é a auscultação dos órgãos de gestão, científicos, pedagógicos e associações de estudantes, corpos discentes, docentes e não docentes de todas as UOE. “Com estes dados temos um primeiro mapeamento do que existe no IPC e estou a apresenta-los em reuniões com os Presidentes dos órgãos das escolas. Estou a reunir com todos, também, para que conheçam os dados das outras unidades orgânicas. Porque somos uma só instituição, o que estiver menos bem prejudica-nos a todos. Para além disso, o meu objetivo é solicitar que reflitam sobre os dados, os analisem e possam posteriormente transmitir-nos a sua visão sobre o que deve ser feito”. A primeira fase de reuniões, com os representantes dos órgãos de gestão, científicos, pedagógicos e associações de estudantes já está a decorrer.
A estratégia de trabalho seguinte passará pela audição de docentes, discentes, stakeholders e outras organizações das diferentes áreas do saber através de inquéritos e entrevistas.
Segundo a Pró-Presidente, o que está planeado é até final de 2020 concretizar uma proposta para o 2.º ciclo e em 2021 uma para o 1.º ciclo. O objetivo último deste esforço é aumentar a qualidade do ensino. “É evidente que nenhuma instituição pode estar confortável com um menor número de alunos. Por isso queremos aumentar esse número. Mas o grande objetivo desta avaliação é aumentar a qualidade. Fazer com que a nossa oferta formativa seja diferenciadora e competitiva em relação às outras instituições, que responda àquilo que são as exigências do mercado atual e futuro e aos objetivos dos nossos potenciais candidatos”, conclui.