Os capitães do Politécnico

No início deste ano letivo, o Jornal do IPC entrevistou os capitães das equipas que competiram nas fases finais dos Campeonatos Nacionais Universitários no ano transato.

 

Alexandre Conde

 

Alexandre Conde frequenta o 3.º ano de Fisiologia Clínica, capitaneia a equipa de Futsal e sempre quis um curso da área da saúde, concorrendo apenas a cursos da ESTeSC. Iniciou a sua prática desportiva na natação, tendo de seguida ingressado no futsal na Casa do Povo de Miranda do Corvo. “Quando era criança, a minha vantagem competitiva era a força de remate”, e foi num jogo interassociações, em que capitaneou a Seleção de Coimbra, que deu pela primeira vez nas vistas a nível nacional, “Na altura nem sabia que estava a ser observado, passado um mês fui convocado para a Seleção Nacional Sub-15”.

No Ensino Superior nunca ponderou deixar a prática desportiva, mas considera difícil conciliar, saindo de casa às 8h e nunca chegando antes das 23h. Alexandre Conde, que garante que “grande parte das amizades mais próximas estão associadas ao futsal”, afirma que os docentes sempre o apoiaram, em particular no Desporto Universitário, equipa em que entrou em 2019, sendo na altura dos mais novos.

Sobre o desporto universitário e as fases finais, “tudo é uma excelente memória, mesmo a derrota e a união do grupo subsequente foram momentos inesquecíveis. É uma experiência que só se tem ali, um misto entre grande profissionalismo e descontração. Todos os dias ao jantar levávamos uma coluna e dançávamos com as funcionárias da cantina”.

A nível de objetivos, “Quero ser campeão nacional universitário. Ficou um sentimento de injustiça no resultado contra a UBI, aquela derrota motivou-nos imenso”, e aconselha os caloiros a experimentar o desporto universitário, mesmo que estejam em algum clube, têm de conhecer este ambiente, “há sempre tempo para tudo”.

 

Junior Cardoso

 

Jünior Cardoso do 3.º ano de Contabilidade e Auditoria no ISCAC é o capitão da equipa de futebol. Possuiu sempre um grande apoio a nível familiar e foi-lhe desde cedo incutida a importância de priorizar os estudos.

Quando entrou no IPC tentou conciliar os treinos com as aulas. A decisão de deixar o desporto federado deu-se em 2019. “Ninguém chega aqui a ponderar desistir, mas gradualmente a vida acaba por impor isso. Também integrei a equipa do IPC, portanto passei a treinar regularmente aqui”.

Para Jünior, o desporto é uma forma de espairecer, “É a melhor forma de prevenir um problema psicológico”. A nível da integração, “O Diogo Santos e o Galvão ajudaram-me a entrar no grupo quando eu era caloiro. E agora passei a ter esse papel. O Roque, o nosso redes, ainda há uns dias me pediu como padrinho”.

“No primeiro ano fui ao INTERISCAS, ao IPC CUP e ao Futebol 7. No ano seguinte ao apuramento em Braga, com o objetivo de ir à fase final. Sabíamos que havia equipas com mais estofo, mas que nós tínhamos imensa qualidade”, recorda.

Sobre as fases finais, “joguei 14 anos e nunca me caiu uma lágrima. Quando perdemos as meias queria falar com a equipa e sabia que ia chorar, todos estavam a chorar. O que ganhámos é muito melhor do que a taça e o desporto universitário também é isto, conhecer novas realidades, um processo que nos molda. Estás a competir pela equipa, pelos colegas, pela tua escola. Fazes parte de algo maior. Os atletas saíram de lá a dizer de peito cheio que estudavam no IPC, a saberem que estavam numa grande instituição que lhes oferece condições extraordinárias”.

A nível de objetivos, Jünior quer a taça este ano e considera ser cada vez mais importante “unir as diversas equipas do e escolas do IPC, criar um espírito de união geral”.

 

Fernando Neves

 

Fernando Neves, de Contabilidade e Auditoria, capitaneou a equipa de Rugby 7’s do IPC em direção ao título de Campeão Nacional e é atualmente vice-presidente do carro da queima.

Sobre o rugby, Neves confidencia que entrou “tarde”, por volta dos 16 anos. “Neste momento jogo na Lousã, já participei nas seleções regionais e já fui a um torneio internacional”.

Escolheu o IPC como primeira opção e adorou. “O ISCAC dá liberdade e incute responsabilidades”. As primeiras dificuldades a conciliar os treinos com as aulas surgiram este ano. “Aulas até às 19h e depois ter treino logo a seguir pode ser cansativo”.

Foi um amigo, o Luís Máquina, que lhe falou da equipa. “Depois do primeiro treino não faltei a nenhum. Formou-se um grupo muito unido, estamos todos para o mesmo. O próprio treinador, o Alberty, era como um colega de curso”.

As fases finais foram a primeira experiência “do que é fazer parte do IPC. Claro que ficámos felizes por ter sido campeões, mas não trocava a nossa união pela taça. Não é pelo fim, é pelo caminho”, afirma ainda que “este ano quero dar aos caloiros algo que eu não tive”.

A nível desportivo, o objetivo “é trazer a equipa do ano passado e juntar ainda mais pessoas a este movimento. Se conseguirmos revalidar o título, melhor!”

Já em conversa informal, Neves comenta que é vegetariano, algo atípico no desporto que pratica. “É preciso saber muito a nível de nutrição, ando sempre com uma marmita comigo. Enquanto os meus colegas comem bifanas, eu como uma salada com quinoa. Uma dieta vegetariana consegue ser muito superior a uma dieta comum”, assegura.

Para os novos alunos do IPC, “Estudar não é a única coisa, há muitas experiências onde se aprende imenso. O truque é a organização. Não se esqueçam, guardem as faltas para o final do semestre”, graceja, em tom de brincadeira.

 

In Jornal do IPC n.º 19