Professor de comunicação social e campeão nas pistas

Gil Ferreira é docente na ESEC e leciona na área da comunicação. Mas fora das portas da escola é atleta e coleciona prémios em inúmeras provas de atletismo.

“Comecei a praticar atletismo quando era estudante do ensino secundário na associação desportiva da minha freguesia, o Futebol Clube da Pampilhosa, e nunca mais deixei”, recorda Gil Ferreira, que à época se especializou nas provas de pista de 800 e 1500 metros.

Quando prosseguiu os estudos com uma licenciatura na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, manteve a prática regular do atletismo, embora, admita, não tenha sido fácil conciliar tudo. “Hoje as condições para os estudantes do ensino superior praticarem desporto são muito melhores”, afirma, revelando que tinha resultados “relativamente satisfatórios” e estava entre melhores atletas do país na sua especialidade. Participou nos campeonatos universitários e ficou sempre nos primeiros lugares. “Já na altura evidenciava alguma qualidade e grande empenho”, refere.

Quando entrou na vida profissional, teve aproximadamente 10 anos de menor envolvimento em provas, mas sem nunca deixar de parte o treino diário. Foi quando começou a trabalhar no Politécnico de Coimbra, em 2006, e devido ao facto de ter um contexto profissional mais favorável, que regressou às provas, já como sénior, e desta vez para se dedicar à maratona. “Durante cinco anos trabalhei para atingir esse objetivo e conquistei a vitória duas vezes na Maratona de Badajoz, a par de bons resultados em Portugal, como um quarto lugar no campeonato nacional absoluto, quando tinha 40 anos”, recorda.

Já como veterano (master), nos últimos anos conquistou para cima de uma dúzia de títulos de campeão nacional em várias provas – corta mato longo, corta-mato curto e provas de pista de 1.500, 3.000 e 10.000 metros. Nesta fase, enquanto veterano, venceu a Maratona de Roterdão em 2018 e ficou em 2.º lugar na edição de 2019. Na presente época desportiva, foi campeão nacional de 1.500, 3.000 e 5.000 metros.

Para Gil Ferreira, correr é uma questão de bem-estar. “Considero a prática do desporto como um fator de equilíbrio. Desligo do resto, saio da bolha profissional e tenho uma oportunidade de interagir e conviver com pessoas com outro tipo de profissão e de gostos”, explica o docente, que também aprecia o facto de o desporto permitir desfrutar do ar livre, mesmo em tempo de chuva. Para este docente do IPC, que treina uma média de nove horas por semana, a experiência como professor é uma mais-valia para a atividade desportiva, nomeadamente no que diz respeito a hábitos de exigência e de reconhecimento do mérito. “Tenho um treinador bastante qualificado e um treino que obedece a uma planificação rigorosa, que me preenche o tempo, e sinto-me bem com essa disciplina”, refere.

O próximo desafio a assumir é o Campeonato da Europa de Pista Coberta, que se realiza em Braga em fevereiro de 2022. “Quero obter uma boa classificação e ficar nos cinco primeiros lugares. Estou nos melhores do país, também quero estar nos melhores da Europa”, conclui.

 

In Jornal do IPC n. 19