Candidaturas abertas para Bolsas da DGES

Estão abertas as candidaturas para as Bolsas de Estudo da Direção Geral de Ensino Superior (DGES) para o próximo ano letivo até 30 de setembro.

A bolsa de estudo da DGES é uma prestação pecuniária anual para comparticipação nos encargos com a frequência de um curso ou com a realização de um estágio profissional de carácter obrigatório, atribuída pelo Estado, a fundo perdido, sempre que o agregado familiar em que o estudante se integra não disponha de um nível mínimo adequado de recursos financeiros.

Nos Serviços de Ação Social do IPC (SASIPC,) cabe às cinco assistentes sociais da Unidade de Apoios Sociais Diretos (UASD – SASIPC) a receção e gestão da atribuição das bolsas de estudo e o acompanhamento dos processos, através da plataforma SICABE da Direção Geral de Ensino Superior, o que representa um valor anual de cerca de quatro milhões de euros. A passagem para esta plataforma única nacional permitiu também a simplificação da candidatura por parte do estudante e pressupõe o cruzamento de dados com a Autoridade Tributária e a Segurança Social, permitindo assim que haja uma maior celeridade no processo de instrução, o que representa outra mais-valia. Esta plataforma permite aos serviços a recolha de informação e todo o processamento do processo de uma forma absolutamente informatizada e simplificada.

Segundo dados da DGES, o Politécnico de Coimbra (IPC) é a oitava instituição em número de candidatos a bolsa de estudo a nível nacional do Ensino Superior Público e a terceira entre os Politécnicos. O aumento do número de candidatos decorre do aumento do número de estudantes no Politécnico de Coimbra (com exceção do ano letivo de 2019/ 2020). No ano letivo 2014-15 houve 9.792 estudantes inscritos, 3.030 candidatos e 2158 bolsas concedidas enquanto que no ano letivo 2020-21 registaram-se 11.166 estudantes, 3.710 candidatos e 2.913 atribuídas.

Segundo João Lobato, administrador dos SASIPC, no atual ano letivo verificou-se um acréscimo deste número, que será “um reflexo da pandemia que estamos a viver e que agravou muito a vida social e económica de muitas famílias e do aumento do número de estudantes do IPC”. Outro indicador é o número de pedidos de revisão dos processos por perda de rendimentos nos agregados familiares. “Esta situação resultou num esforço acrescido por parte da equipa no sentido de se darem respostas mais eficazes que podem incluir, nomeadamente, outros programas sociais que os SAS têm ao dispor dos seus estudantes”, explica o responsável.

Outra questão relevante e significativa foi o aumento dos pedidos de complemento de bolsa para alojamento. O estudante bolseiro deslocado do seu agregado familiar de origem que se tenha candidatado às residências dos SAS e que não tendo conseguido vaga, pode solicitar este apoio desde que tenha arrendado legalmente um quarto particular. O valor a atribuir neste caso foi este ano aumentado como forma de compensar a redução do número de camas disponíveis (os quartos duplos passaram a individuais por recomendação da DGS e decisão do IPC).

Segundo Marta Correia, coordenadora da UASD – SASIPC, as bolsas de estudo “têm permitido a equidade que tanto desejamos para os nossos estudantes”, permitindo que muitos deles frequentem o ensino superior independentemente da sua situação socioeconómica. “Esta pandemia, que agravou a situação de muitos, seria muito mais penosa para a maioria dos agregados caso este apoio não existisse”, refere, acrescentando tratar-se de um formato que vai permitindo adequar o valor da bolsa de estudo ao agravamento ou melhoria da condição do agregado e simultaneamente complementá-lo com outros apoios criados nestes serviços. Para esta responsável, o reforço da ação social no ensino superior é um “vetor estratégico” para a qualificação nacional, sendo fundamental “manter e aumentar este reforço para que o ensino superior se mantenha acessível a todos, e especialmente aqueles que, tendo mais dificuldades económicas, terão direito a concretizar os seus objetivos pessoais e profissionais”.

 

In Jornal do IPC n.17

Equipa de assistentes sociais da Unidade de Apoios Sociais Diretos (UASD - SASIPC)

Sofia Braga da Cruz

Ao longo dos 26 anos que acompanho estudantes no Ensino Superior, não tenho dúvida em afirmar que as bolsas de estudo são a face mais visível dos auxílios prestados pelo Ministério e sem dúvida o maior contributo para que os estudantes e famílias tenham condições para custear os seus estudos ou os gastos que estão associados a esse processo, criando igualdade no acesso, frequência e combate ao abandono escolar no Ensino Superior.

 

Marta Correia

As bolsas de estudo da DGES, permitiram a muitos estudantes, concretizar os seus sonhos pessoais e profissionais, por não estarem dependentes e limitados pelas condições socioeconómicas dos seus agregados. Observar ao longo destes 25 anos esta realidade, é um dos principais fatores motivacionais para a equipa da Unidade de Apoios Sociais Diretos.

 

Sandra Travasso

As bolsas de estudo são de extrema importância para que estudantes com carência económica possam frequentar o Ensino Superior e obter uma ferramenta para o seu futuro profissional. Tenho presenciado, ao longo dos anos, variadíssimas situações em que a bolsas de estudos fazem a diferença na vida dos estudantes. É de facto fundamental.

 

Patrícia Almeida

No ensino superior, um dos fatores decisivos para a excelência académica centra-se na proficiência dos apoios a disponibilizar pelos Serviços de Ação Social representando a concessão da bolsa de estudo o benefício mais expressivo no combate às desigualdades sociais. Dada a sua essência, é, sem dúvida, o mecanismo que melhor consagra a igualdade material de oportunidades.

 

Maria João Jacob

Frequentar o ensino superior é um sonho que, para muitos, apenas é concretizável graças ao apoio financeiro que o estado tem vindo a conceder ao longo dos anos na concessão de apoio direto, permitindo o suporte de despesas de muitos agregados e a continuidade dos estudos para além do ensino secundário. Realço a adaptação nestas últimas décadas, da legislação e dos apoios concedidos, para que o Estado Social realmente funcione e nenhum jovem fique fora do sistema de ensino Superior.